8 formas de trazer mais autenticidade para o que você escreve.

Os textos que escrevemos na escola e na universidade têm como objetivo demonstrar para professores que compreendemos um assunto. Escrevemos para provar nosso conhecimento e inteligência.

Por isso, escolhemos palavras difíceis, usamos termos técnicos, citamos conceitos complexos. Somos recompensados com boas notas por escrever dessa forma.

A não ser que seu objetivo seja atrair professores ou intelectuais que vão se impressionar com esse estilo de comunicação, escrever para provar conhecimento e inteligência é receita para tornar sua escrita dura, fria, acadêmica e impessoal.

Se você quer escrever com mais autenticidade, comece a desenvolver sua voz de escritor(a).

Sua voz de escritor(a) é o seu jeito único de usar palavras para expressar a forma como você olha para o mundo e dá sentido para as coisas. “É sua personalidade na página,” como diz o escritor David Perell.

Ninguém nasce com sua voz de escritor(a). A gente desenvolve e refina nossa voz cada vez que senta para escrever tentando expressar o valor que reconhecemos nas nossas ideias em vez de tentar agradar ou impressionar outras pessoas.

Pouco a pouco, essa busca por encontrar nosso jeito de dizer as coisas vai diminuindo a distância entre quem a gente é, o que a gente sabe, e o que a gente escreve. É isso o que torna nossa escrita mais autêntica.

Abaixo, compartilho oito formas de desenvolver sua voz de escritor(a) para escrever com mais autenticidade.

1. Autoconhecimento e autodesconhecimento

Considere que experiências passadas levaram você a ser quem é hoje. Contemple o que está acontecendo, aconteceu e está por acontecer com você. Explore seus pensamentos, ideias, objetivos e desejos escrevendo livremente sobre eles. É um ótimo exercício de autoconhecimento.

Saiba quem você é, mas se permita de vez em quando pensar como quem você não é. Se esvazie de suas certezas e questione o que você pensa e sente sobre diferentes temas. Esse exercício de autodesconhecimento pode revelar o que está por trás das suas crenças e valores mais importantes.

2. Estude textos que você considera autênticos

Saiba quem você quer ser quando escrever. Estude textos que são referência de autenticidade para você. Como as escritoras e escritores desses textos colocam sua marca em tudo o que escrevem?

Observe o tipo de vocabulário, a estrutura das frases, os exemplos escolhidos para ilustrar ideias, a forma como essas escritoras e escritores conectam assuntos gerais à experiências pessoais.

3. Torne a escrita uma atividade trivial

Você só vai encontrar sua voz de escritor(a) escrevendo regularmente. Tornar a escrita uma atividade trivial vai te ajudar a encarar todos os seus esforços como prática.

No curto prazo, isso vai diminuir suas expectativas sobre os resultados e te dar mais confiança para escrever independente de inspiração. No longo prazo, isso vai refinar sua voz de escritor(a) e te permitir escrever com mais autenticidade.

4. Aprenda com textos frios e impessoais

Leia tudo o que cair na sua mão. Preste especial atenção a textos que soam duros, frios e impessoais, apesar do esforço visível de quem escreveu para soar autêntico. Eles podem servir como uma lição valiosa de como não escrever.

Tente entender porque os textos autênticos geram conexão e porque os não autênticos fazem você se sentir distante de quem escreveu. Quanto mais você pensa sobre os textos que gosta e não gosta, mais clareza você ganha sobre a forma como quer escrever.

5. Expanda sua zona de conforto

Escreva ensaios sobre a vida, artigos técnicos, poesias intimistas, resenhas de séries, descrições de produtos. Cada tipo de texto vai desafiar você a explorar novas dimensões da sua voz de escritor(a).

Investigue que combinação de estilos melhor reflete sua identidade de escritor(a) e têm o potencial de dar mais impacto para o tipo de ideias que você quer compartilhar com outras pessoas.

6. Escreva para compartilhar valor

“Se o escritor não chora, o leitor não chora. Se o escritor não se surpreende, o leitor não se surpreende”, disse Robert Frost. Minha versão desse conceito: você precisa estar entusiasmada(o) com o que está escrevendo para entusiasmar o leitor.

Seus textos devem representar o que você pensa, sente e acredita. Seu entusiasmo por compartilhar ideias importantes para você deve estar sempre presente nas entrelinhas.

7. Navegue novos mares na sua mente

Escreva coisas que você nunca teria coragem de dizer para ninguém. Esqueça o editor crítico que existe dentro da sua cabeça e deixe as ideias fluirem. Vá até onde sua imaginação permitir e, então, vá ainda mais longe.

Escreva sobre assuntos polêmicos, perigosos, constrangedores. Você não precisa compartilhar esses textos com ninguém. Seu objetivo com esse exercício é apenas navegar em mares nunca antes navegados na sua mente.

8. O fim é apenas o começo

Não se acomode quando você encontrar sua voz de escritor(a). Siga explorando diferentes ideias, testando novas técnicas, e quebrando as regras que você criou para si mesma(o).

A forma como você olha para o mundo e dá sentido para as coisas vai mudar ao longo da vida. É natural que você busque novas formas de se expressar. Não tenha medo de reinventar a sua voz de escritor(a) para representar a pessoa que você é hoje.

Numa escala de zero (nada autênticos) a dez (super autênticos), como você classifica seus textos hoje? Me conta nos comentários.